Olá neste post vou te recomendar um podcasts sobre música e um filme, que são interessantíssimos, e que podem expandir a sua experiência de apreciação musical e de escuta.
Ouvir é um dos sentidos mais importantes do ser humano, mas talvez pelo motivo de não podermos tapar os ouvidos, como são as pálpebras para os olhos, acabamos banalizando a nossa própria escuta.
Por isso, a recomendação é interessante pra a exercitar a sua audição.
Ouvir é a atividade que precisamos estar sempre desenvolvendo, seja para aprender músicas novas, compreender assuntos complexos ou ouvir melhor as pessoas.
Inclusive usamos a palavra escutar até quando não nos referimos ao som ou a audição, usamos como sinônimo de compreensão, atenção ou percepção.
Eu sei que você não precisa ouvir mais, acho que você até já houve o bastante, sobretudo os áudios gigantes que aquele seu colega de zapzap envia, mas com certeza, precisamos ouvir melhor!
Todos nós precisamos ouvir melhor, sobretudo na era do roubo da atenção nas redes sociais e com nossos celulares;
Com o podcast Ser Sonoro e o filme Um lugar Silencioso, você vai aprender a ouvir melhor.
É interessante você parar o que você estiver fazendo, pegar um bom fone de ouvido e só ouvir, apenas ouvir.
Atividade que tinha costume de fazer na era pre-internet, colocava o disco ou cd e lia o encarte, as letras, a ficha técnica e ouvia. Bons tempos!
O podcast é rápido no máximo uns 15 minutos, você vai melhorar a sua escuta e ainda aumentar a sua cultura musical em diversos aspectos.
Você vai ler por aqui
Apreciação Musical – Podcast Ser Sonoro
Se quiser saber mais sobre os podcasts acesse a página oficial do podcast aqui.
O podcast é resultado de uma pesquisa de doutorado e quem quiser ler ou correr o olho na tese é só clicar aqui.
Podcast Lira
E se você se interessa pela escuta tenho certeza que vai adorar ver essa sugestão que dei no vídeo abaixo:
Apreciação musical e filme – Pode isso, Arnaldo?
Assista e saiba como a proposta do vídeo pode te tornar um escultante melhor ao assistir o filme Um Lugar Silencioso. Veja o filme na Amazon Prime. Assine 30 dias gratuitos, clique aqui e saiba mais
Se gostou do post deixe um comentário!
Sobre a Escuta em Escutatória de Rubem Alves
Escutatória Rubem Alves
“Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil…
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma”. Daí a dificuldade: a gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer…
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos…
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, abrindo vazios de silêncio, expulsando todas as ideias estranhas). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar – quem faz mergulho sabe – a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto. Ouçamos os clamores dos famintos e dos despossuídos de humanidade que teimamos a não ver nem ouvir. É tempo de renovar, se mais não fosse, a nós mesmos e assim nos tornarmos seres humanos melhores, para o bem de cada um de nós.
É chegado o momento, não temos mais o que esperar. Ouçamos o humano que habita em cada um de nós e clama pela nossa humanidade, pela nossa solidariedade, que teima em nos falar e nos fazer ver o outro que dá sentido e é a razão do nosso existir, sem o qual não somos e jamais seremos humanos na expressão da palavra.
Texto de Rubens Alves: “A Escutatória”